Ao longo da história da igreja, a ressurreição física de Jesus sempre foi considerada uma das doutrinas fundamentais da fé cristã. O Novo Testamento expressa a certeza da ressurreição física de Nosso Salvador como um fato histórico. Os quatro Evangelhos ressaltam o caráter factual desse acontecimento, mostrando as muitas testemunhas do túmulo vazio e dos aparecimentos de Jesus. O livro de Atos também insiste no fato de que a ressurreição ocorreu ( At 1.3; 2.24-35; 4.10; 5.30-32; 13. 33-37). Paulo considera a ressurreição uma prova incontestável da veracidade da mensagem acerca de Jesus como juíz e Salvador (At 17.31; 1 Co 15.1-11,20).
Na teologia reformada, a ressurreição de Jesus é apreciada com duas ênfases fundamentais. Em primeiro lugar, é considerada a validação das declarações de Cristo acerca da eficácia de sua morte expiatória. A ressurreição de Jesus demonstrou a sua vitória sobre a morte (At 2.24; 1 Co 15.54-57), provou a sua justiça (Jo 16.10) e confirmou a sua divindade (Rm 1.4). Esse acontecimento, portanto, levou à sua ascensão, entronização (At 1.9-11; 2.33-34; Fp 2.9-11; cf. Is 53.10-12) e atual reinado celestial. A realidade da ressurreição garante o perdão e a justificação dos cristãos nos dias de hoje (Rm 4.25; 1 Co 15.17; Hb 7.24-25), bem como sua esperança futura da vida renovada quando Cristo voltar( Jo 11.25-26; Rm 6).
Em segundo lugar, a ressurreição de Jesus é vista como a transição de Cristo do julgamento desta era para as glórias da era vindoura. Jesus foi ressuscitado de entre os mortos para que o seu corpo pudesse receber glorificação e imortalidade ( Fp 3.21; Hb 7.16-24). É nesse corpo e por meio dele que o Filho de Deus vive eternamente no céu. Em decorrência disso, quando homens e mulheres são unidos com Cristo pela fé, também são transportados da era do pecado e da morte para a era da vida renovada ( Rm 6.4-11). Hoje, os cristãos recebem o poder do Espírito que ressuscitou Jesus de entre os mortos (Rm 8.11). Como Jesus, vivemos em novidade de vida. Em resumo, a ressurreição de Cristo foi tão essencial para a nossa salvação quanto a sua morte, pois é pela união com a ressurreição de Cristo que o nosso corpo mortal será transformado num corpo imperecível no último dia ( Rm 6.5; 1 Co 15.42-57). Sem a ressurreição de Cristo, a nossa fé seria vã, pois ainda estaríamos mortos sob o julgamento de Deus, e não poderíamos viver eternamente num corpo renovado ( 1 Co 15.12-20).
Paulo indica que nem todos os cristãos precisarão morrer para receber o seu novo corpo na ressurreição final. Em 1Co 15.50-54, o apóstolo ensina que os cristãos que estiverem vivos na terra quando Cristo voltar, passarão por uma transformação física total e, em 2Co 5.1-5, explica que os cristão que morrerem antes da segunda vinda serão "revestidos" com um novo corpo -- uma "casa não feita por mãos humanas, eterna, nos céus" -- como um acontecimento distinto.
FONTE: Bíblia de Estudo de Genebra
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