BOAS VINDAS















domingo, 31 de outubro de 2010

31/10 DIA DA REFORMA PROTESTANTE

           A REFORMA 

       Ser   Mat  16  18   Rm 12  1a2        
Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te, e volta à prática das primeiras obras
(Ap 2,5a).

INTRODUÇÃO
Conforme a promessa do Senhor, embora a Igreja fosse batida de todos os lados pelas “portas do inferno” que se fecharam nas perseguições, e se abriram na oficialização, a Igreja se manteve. Mesmo no tempo de sua degeneração, havia sempre uma reação aos desvios da Igreja. Em certas ocasiões, esta reação foi condenada como herética, por aqueles que, valendo-se da Igreja, pretendiam dominar as consciências. Havia por toda parte Intenso desejo naqueles que eram a verdadeira Igreja, de se fazer voltar à Igreja oficial, os princípios evangélicos.
Todos estes movimentos desejavam a doutrina e prática da Igreja de acordo com o Evangelho puro e simples.
Até mesmo dois Concílios: o de Constança, em que havia pretensão de se fazer “A Reforma da Igreja da Cabeça aos Pés”, e o de Basiléia ti­nham o espírito de Reforma. Os que lutaram, e até deram a vida pela reforma da Igreja, e que prece­deram à Reforma, são chamados “precursores da Reforma”,

            Tema: A reforma  1

I. A RAZÃO DA REFORMA
A condição e o estado da Igreja haviam despertado um desejo quase geral de reforma, Para muitos, esta reforma seria apenas a moralização da Igreja, Entretanto, os reformadores sentiram que esta reforma teria de nascer pela parte doutrinária.

1, Para Lutero.
Dois fatos principais determinaram a ação de Lutero para a Reforma: o ensino da Bíblia e a aberração da venda das Indulgências. Lutero tinha espírito profundamente religioso, que foi preparado, providencialmente, para aquela tarefa. Foi criado em lar austero e piedoso de camponeses. Doutor em Filosofia, passou aos estudos de Direito, na mais famosa universidade alemã - a de Erfurt. Circunstancialmente, decidiu tornar-se monge quando, apanhado por uma tempestade em que viu seu amigo fulminado por uma faísca atmosférica. Em 1505, entrou para o convento agostiniano, em Erfurt, onde fez rigorosas penitências, confessando-se frequentemente em busca de segurança espiritual e “paz com Deus”. Em 1512, tornou-se doutor em Teologia.
Indo a Roma, em 1511, a negócios de sua Ordem, viu a devassidão da ‘cidade santa’. Lá, subindo de joelhos a escada da catedral de São Pedro, repetindo em cada degrau o ‘Padre Nosso’ para livrar do purgatório a alma de seu pai, sentiu a inutilidade de tais penitências, visto que o “Justo viverá da fé”. A leitura destas palavras na Epístola aos Romanos deu-lhe a segurança e paz que procurava.
Sendo professor na universidade em Witemberg, Lutero passou a expor as Escrituras em suas lições e preleções. Isto foi o primeiro fato.
           O segundo - as indulgências. João Tetzel foi designado pregador das indulgências, na Saxônia. Dramaticamente, persuadia as pessoas a com­prar as indulgências para libertar do purgatório as almas de seus parentes, dizendo: ‘...logo que uma moeda bater no fundo da caixa, a alma solta­-e do purgatório e dirige-se em liberdade para o céu...” (citado por Rui Barbosa) “.., Tão grande é a eficácia delas que chegariam a remir e expiar os maiores pecados, ainda os daquele que (por impossível) violasse a mãe de Deus, e a grangear aos pecadores a absolvição da pena e culpa...
Na véspera do dia de todos os santos, dia em que todos os camponeses viriam a Witemberg para a missa, Lutero afixou as 95 teses contra as indulgências, na porta da Igreja do Castelo Witemberg, a 31 de outubro de 1517, Estava deflagrada a Reforma.

2. Para Calvino,
São bastante diferentes da de Lutero, as razões circunstanciais da Re­forma para Calvino, embora o motivo seja o mesmo. Calvino tinha apenas 8 anos, quando a Reforma se Iniciou. Ao adotá-la, não tinha propósito de ser um reformador. Dotado de rara inteligência, formado em fina edu­cação e com profundo preparo, sob direção dos mais eminentes mestres de Paris, causou forte impressão em Farel. Estando numa noite em Gene­bra, onde Guilherme Farel era líder da Reforma, este insistiu em que ele se fixasse na cidade para realizar a reforma que a situação exigia, Seu desejo de continuar nas pesquisas intelectuais, levou-o a recusar o convite. Farel convenceu Calvino a fixar-se em Genebra. Estava lançada a obra que aprofundaria as raízes da Reforma naquela cidade e, dali, para muitos outros lugares, sob a influência e direção de Calvino. “Nas suas mãos, a doutrina do reformador de Witemberg, se transformou em verdadeiro sistema teológico,..”.

 
II. OS PRINCÍPIOS DA REFORMA
A Igreja, desviada da verdadeira fé, considerou heresia a idéia da volta aos princípios evangélicos, e negou as seguintes teses de João Huss:  1. A igreja se compõe unicamente de predestinados para a vida eterna;   2 estes não podem deixar de ser membros da Igreja, assim como os réprobos não podem a ela pertencer;  3. Cristo é o único chefe da Igreja;  4. a um sacerdote, na sua consciência livre de pecados, não pode ser negada a pregação;  5. pelo contrário, um dignatário, seja ele espiritual ou temporal, que esteja em estado de pecado, é por isso despojado do poder e obrigado a abdicar,”

1. De Lutero
A reforma luterana se realizou firmada nos seguintes pontos básicos:
a) Supremacia da Escritura. Toda autoridade da Igreja, seja pelo bispo seja pelo     Concílio, está sujeita à Bíblia,
b) Justificação pela fé. Ninguém será justificado por obras. Pois o homem é justificado pela fé, “independentemente das obras da lei.”
c) Sacerdócio universal dos crentes. O crente não precisa de um inter­mediário. Em Jesus Cristo, pela fé, ele tem acesso à graça de Deus.

2. De Calvino,
A obra de reforma para a fé cristã, sob a orientação de Calvino, tem cinco pontos básicos:
a) Depravação total: O homem é inteiramente corrompido pelo pecado e incapaz de se salvar,
b) Eleição incondicional. Sendo todos igualmente pecadores, nenhum tem qualidade que o faça merecedor de ser escolhido. A escolha não vê, no homem, uma condição,
c) Expiação limitada. Sendo o sacrifício de Cristo suficiente para expia­ção de todo pecado, só é eficiente para expiação do pecado daquele que O aceita, pela fé.
d) Graça irresistível ou vocação eficaz. A operação da graça de Deus é de tal maneira que, embora não haja violência, não poderá ser resistida: “aos que predestinou, a esses também chamou”.
e) Perseverança dos santos. Os que são salvos são salvos para sempre, pois “jamais perecerão, eternamente, e ninguém as arrebatará da minha mão.”


Embora expressos de maneira diferente, os princípios são, praticamente, os mesmos, em Lutero e Calvino. O ponto em que eles divergiram foi a presença de Cristo na Santa Ceia que, para Lutero, é física, com os elementos e, para Calvino, mesmo sendo real e verdadeira, é espiritual,

III. EFEITO DA REFORMA
O estabelecimento da Reforma se fez à custa de suor, sangue e lágrimas.Tanto da parte dos predecessores como da dos executores. Somente de Deus poderia vir a força de Lutero (por exemplo) para dizer diante da Dieta de Worms: “Se não for convencido por argumentos da Sagrada Escritura ou por razões plausíveis.. estará presa a minha consciência pela Palavra de Deus. Retratar-me não posso e não quero. . . Deus me ajude. Amém.”
Mas valeu a tenacidade daqueles homens de Deus. Os homens pecadores podiam encontrar graça e misericórdia em Deus, por meio da fé, e Sua salvação, sem terem que fazer penitências intermináveis ou comprar indulgências. Podiam encontrar na Bíblia que Lutero traduzira para o alemão, as verdades eternas da Palavra de Deus. Os muitos escritos, tanto de Lutero como de Calvino, eram orientação segura para os crentes,
Genebra se tornou um modelo de moralidade e de conhecimento, tornando-se, também, centro de refúgio para os perseguidos por causa da fé.

CONCLUSÃO:  A necessidade de reforma da Igreja naqueles dias, é um fato Inegável. Comparando-se os princípios da Reforma, verifica-se que esta é a reforma que se devia fazer, pois seus princípios são os mesmos que se acham exarados no Evangelho, Sendo assim, não é possível comunhão religiosa de protestantes e católicos romanos, pois as divergências perduram; são as mesmas, mesmo com as muitas mudanças havidas no ambiente do catolicismo.



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